28 de abril de 2009

Mash-up Allgarvium


Dependências da Estação CF de Portimão.

O magnífico Autodromus Virens

Relíquia kitada na Praça Gil Eanes

O Papão e a demolida casa Popeye com janela manuelina

O comando é MEO
Ponte sobre o riacho que vai

As noras estão à nora
Torreão PIN
Barracão VIP

Que maravilha de região, plena de contrastes envolventes e de uma vitalidade irredutível, onde o mais moderno e sofisticado convive com a mais degradante autenticidade, onde a romanização casa com a herança árabe, a fragrância fenícia se enamora da sumptuosidade babilónica, o abrupto mau gosto se encandeia com a mais fina das atitudes. Não saiam daqui, vivam estes momentos de extrema felicidade. Sejam actores radiantes desta fabulosa "nuvela".

24 de abril de 2009

Meia Praia sem Índios

A linha férrea do TGV da Meia Praia que divide o PIN do PUM.

Vestígio de retrete romana e não de Villa supostamente romanesca.
Golfe? Há pois e se tem um, vão ser dois.
Vista parcial do acampamento Índio.

O sol de betão já brilha em extensão.

Carochinha varre, varre a areia da tua porta...
Perfilamento de uma bateria de retas em busca do carburante de saldo.

O índio João já não tem fogão.
Progresso Infatigável Nacional

Os Índios Da Meia-praia

Aldeia da Meia-Praia Ali mesmo ao pé de Lagos Vou fazer-te uma cantiga Da melhor que sei e faço De Monte-Gordo vieram Alguns por seu próprio pé Um chegou de bicicleta Outro foi de marcha a ré Houve até quem estendesse A mão a mãe caridade Para comprar um bilhete De paragem para a cidade Oh mar que tanto forcejas Pescador de peixe ingrato Trabalhaste noite e dia Para ganhares um pataco Quando os teus olhos tropeçam No voo duma gaivota Em vez de peixe vê peças De ouro caindo na lota Quem aqui vier morar Não traga mesa nem cama Com sete palmos de terra Se constrói uma cabana Uma cabana de colmo E viva a comunidade Quando a gente está unida Tudo se faz de vontade Tudo se faz de vontade Mas não chega a nossa voz Só do mar tem o proveito Quem se aproveita de nós Tu trabalhas todo o ano Na lota deixam-te mudo Chupam-te até ao tutano Chupam-te o couro cab'ludo Quem dera que a gente tenha De Agostinho a valentia Para alimentar a sanha De esganar a burguesia Diz o amigo no aperto Pouco ganho, muita léria Hei-de fazer uma casa Feita de pau e de pedra Adeus disse a Monte-Gordo(Nada o prende ao mal passado) Mas nada o prende ao presente Se só ele é o enganado Foram "ficando ficando" Quando um dia um cidadão Não sei nem como nem quando Veio à baila a habitação Mas quem tem calos no rabo- E isto não é segredo -É sempre desconfiado Põe-se atrás do arvoredo Oito mil horas contadas Laboraram a preceito Até que veio o primeiro Documento autenticado Veio um cheque pelo correio E alguns pedreiros amigos Disse o pescador consigo Só quem trabalha é honrado Quem aqui vier morar Não traga mesa nem cama Com sete palmos de terra Se constrói uma cabana Eram mulheres e crianças Cada um c'o seu tijolo "Isto aqui era uma orquestra" Quem diz o contrário é tolo E toda a gente interessada Colabarou a preceito- Vamos trabalhar a eito Dizia a rapaziada Não basta pregar um prego Para ter um bairro novo Só "unidos venceremos" Reza um ditado do Povo E se a má lingua não cessa Eu daqui vivo não saio Pois nada apaga a nobreza Dos índios da Meia-Praia Foi sempre a tua figura Tubarão de mil aparas Deixar tudo à dependura Quando na presa reparas Das eleições acabadas Do resultado previsto Saiu o que tendes visto Muitas obras embargadas Quem vê na praia o turista Para jogar na roleta Vestir a casaca preta Do malfrão(*) capitalista Mas não por vontade própria Porque a luta continua Pois é dele a sua história E o povo saiu à rua Mandadores de alta finança Fazem tudo andar pra trás Dizem que o mundo só anda Tendo à frente um capataz E toca de papelada No vaivém dos ministérios Mas hão-de fugir aos berros Inda a banda vai na estrada Eram mulheres e crianças Cada um c'o seu tijolo "Isto aqui era uma orquestra" Quem diz o contrário é tolo

(*) Palavra algarvia que significa dinheiro

18 de abril de 2009

Zero feedback







In these great times which I knew when they were this small; which will become small again, provided they have time left for it ... in these times in which things are happening that could not be imagined and in which what can no longer be imagined must happen, for if one could imagine it, it would not happen; in these serious times which have died laughing at the thought that they might become serious; which, surprised by their own tragedy, are reaching for diversion and, catching themselves redhanded, are groping for words ... in these times you should not expect any words of my own from me—none but these words which barely manage to prevent silence from being misinterpreted. (Karl Kraus)




14 de abril de 2009

Bosque dos marafados






Convenhamos que o tal do eucalipto bebe muito, logo as suas raízes rompem o subsolo em busca do alimento e como ali na zona da marina se encontra um hotel estrelado com piscina e tudo, quem sabe se as gulosas raízes não começaram já a chupar daí e a importunar o vipanço. Para além disso como o bosque mais giro da Praia da Rocha se enche constantemente de lixo, então o que fazer? Sem dó nem piedade toca a rapar as árvores por dentro que assim é mais fácil apanhar o entulho e para mais deve haver um excelentíssimo plano mirabolante para a zona. Cá para o Egas um parque de campismo é que devia ser, mas vozes de burro não chegam ao Olimpo.

A casa de Ajax






Um dia vem abaixo e muito bem diz o próprio. Já não é possível arranjá-la, está rachada e é feita daquele material terráqueo ancestraloide que não é vendável nem fiável: a taipa. As formas naturais também não são recuperáveis, o melhor é mesmo rapar tudo e fazer um prédiozinho jeitoso, até sai mais barato.