28 de junho de 2009

Nobody feels any pain










Uma espécie de território de poetas mortos. Belíssimo, pueril, caricato, surreal, profundamente covarde e maravilhosamente corajoso, feito de cruzamentos de rochas, ousadas facilidades, atenções maquiavélicas, iluminações barrocas. Rendilhado orfão, sedutoramente triste, um país de distâncias insimesmadas, egoistas, obsoletas.
Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.

(A Sophia pela sua paixão pelo sul)

Sem comentários:

Enviar um comentário