9 de julho de 2009

Contra o destrocho, marchar, marchar!

Manhã quente de final de Junho, dia 20. Cerca de 50 pessoas juntaram-se para um passeio à descoberta da natureza, a convite do Movimento de Defesa do Pontal.

Dividida entre os concelhos de Faro e Loulé, a mata do Pontal constitui uma das maiores manchas florestais de pinhal do litoral algarvio, e a maior do concelho de Faro.

Aqui vivem várias espécies em perigo de extinção como a Tuberaria major – planta de vida efémera cuja maioria da escassa população a nível mundial cresce nesta zona.

E também o camaleão (Chamaeleo chamaeleon) pode aqui ser visto. Mas é favor não chatear muito os bichos, que já têm problemas suficientes na vida.

Capacetes, extintores, motores e rastos de pneus testemunham a forma selvagem como alguns praticantes de todo-o-terreno e desportos motorizados destroem tudo à sua passagem.

Esta zona é também casa de uma empresa de reciclagem de plásticos que aqui encontrou as condições ideiais para o negócio.

No Pontal não falta espaço para armazenar porcaria, lixo e entulho.

Ao fundo a serra, ao perto, a merda.

"É proíbido fotografar", grita uma senhora lá de dentro. Proibido, proibido, proibido!



É pena, porque um paisagem tão bonita, um parque natural tão natural, merece um momento kodak digital... para mais tarde lamentar.

Um projecto de interesse nacional poderia colocar aqui uma linda urbanização de seis estrelas para turismo de qualidade e criar um monte (de igual dimensão) de empregos (de igual valor) e assim requalificar esta zona que todos queremos melhor.

Ao Sábado de manhã, também se trabalha. Parafraseando o meu velho ídolo Dave Mustain "Entulho is my business and the business is good".

Montanha de plástico a caminho do céu. O objectivo é entrar para o livro algarvio das tristezas na paisagem, publicação a editar em breve pelos promotores/ editores deste lindo blog de promoção turística e cultural para vender no Supermercado «Apolónia» (que é ali perto) e aos vizinhos da Quinta do Lago/ Vale do Lobo.

Entulho, sacos plásticos e toda uma infinidade de objectos nunca biodegradáveis e degradantes (como um cemitério de pára-choques) crescem praticamente debaixo de cada árvore (na verdade, não há assim muitas árvores).

É assim o Pontal, lindo!

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