29 de maio de 2010

Disparates, dislates & panerigios

A culpa seria sempre pertença de Bin Laden, nemesis charneira da passagem do século, por isso Nemésio Bartolomeu Cidreira sempre que via uma dessas numerações dantescas intervinha nervoso.
Ruborizado pela evolução da robótica nacional um ser tão subtil como François Macadam de Oliveira não pactuaria com o estacionamento selvagem a que se dedicavam os seus conterrâneos semitas.
O improviso sempre fora a arma de arremesso emocional daquela raça tão mal amada que ocasionalmente pontuava a nação fragilíssima.
Ouvia-se o 40 graus à sombra com alguma insistência no rádio Onkyo de Possidónio Fagote enquanto marinava umas bifanas ao entardecer.
A desenvoltura psiquica de Svetelana Ghanza fazia dela uma perita em arquitectura pós moderna do sul. 2 livros editados e um vasto currículo em estudos sobre recantos e esconços nas cidades transformaram-na numa vedeta intencional acarinhada por uma fatia latente da sociedade: os desenfronhados.
Fernanda Capelo adorava sermões e homilias bem como exéquias e procissões. Aos Domingos abrigava-se interessada nas caleiras da velha matriz para se sentir útil e feliz. No entanto a sua cartilha era a seguinte:

Queixas-te porque não encontras nada a teu gosto?

São então sempre os teus velhos caprichos
Ouço-te praguejar, gritar e escarrar...
Estou esgotado, o meu coração despedaça-se.
Ouve, meu caro, decide-te livremente.
A engolir um sapinho bem gordinho,
De uma só vez e sem olhar.
É remédio soberano para a dispepsia.

Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"

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