16 de janeiro de 2010

O fotógrafo impelido


Pela sua inócua função de funcionário de uma agência de comunicações quase mudas mas recheada de muitas e divertidas ocasiões onde ele era um dos protagonistas sem escrúpulos, oportunista sem um tusto para sequer se entesoar, pedir encarecidamente ao cego para cantar, entoar a plenos pulmões as suas angústias. Nessa noite, qual ser espástico, ao ler um jornal cultural especial do seu inteiro agrado e fascínio pega nesta frase biblica enquanto ouve Adam Green no seu myspace. Oh modernidade oh esplendorosa e sempre humilde contemporaneidade dai-me os berlindes que na infância não tive. E pumba aqui estão eles a Sagres de muito sítio, a oeste de tantos lugares, a ocidente do antes, a caminho de um depois. Sim e depois... Sardónico e sincero com algum pudor lá postou algumas das tais fotozinhas que tinha conquistado esse mês. Não consegue facturar nada de especial em todas as cenas em que está metido. Um sarilho daqueles já com a corda toda meio comida e o tambor enferrujadito a chiar e tal. Pois! confessionário cabeça dentro do poço e ecooooo na cabeça vazia ou cheia conforme os desatinos. Escrever só serve para quem consegue fazê-lo com clareza e principios básicos de coerência, prazer e categoria bem como memória e desafiante precisão, rígido mas ténue o suficiente para não fazer feridas profundas, ser mental e prever as ressacas com imperfeições analipticas (acorda erro ortográfico chegou a tua vez). Precisas de teatro dentro de ti, fazer cut up com ambição barroca, iluminação bacoca e numa floresta lançar:
"Os teus mortos viverão, os seus corpos erguer-se-ão. Tu que vives no pó (húmus), ergue-te e clama bem alto a tua alegria. porque a tua seiva é como a seiva da madrugada e a terra dará à luz os espiritos que já partiram" Richard Zimmler/ Isaías/ avatar
Neste colossal nada de 15 minutos de esquecimento regurgitam desequilibrios horrificos para os padrões de um acólito de santuário caseiro, um holistico sem aura um expedito falhado, um fotógrafo borra botas a cada passo com o dedo no gatilho qual pistoleiro pungente na natureza catita do seu desastre.  Ou não. Tudo é relativo disse uma senhora ao passar por ele naquela noite de maluqueira.
Tempo é dinheiro mas nem o tempo tem dinheiro nem o dinheiro tem tempo. Apitou o seu relógio biológico que acusava uma pequena depressão frontal. Toma lá para não te armares em exuberante.

http://www.myspace.com/owenpallettmusic







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