23 de novembro de 2009

Megaposta de Sir Loin


Não era a primeira vez que o magnífico Sir Loin viajava incógnito a Portugal, ao seu perfume, aos seus entardeceres coados pela esplendorosa luz do sul. A vida gravitava em reviravoltas dignas dos ventos alisios e um romantismo avassaladoramente chunga apodrecia-lhe levemente o caracter. A sua vontade era escrever desalmadamente digo a sua saudade aparecia-lhe aviltantemente em asertivas catadupas de prazer não declarado. Sentia-se a ser quebrado pelo desânimo de rir cada vez menos, de se afirmar nas suas intrépidas criações de territórios dignos e metabolizações de ambientes onde a sua pequena loucura vigorosamente fluisse. Nada tinha relação, mas era assim o seu poder de sedução na mesa electrónica onde papirava mensagens hiperbólicas a mando de uma voz antiga. Uma garrafa de água era o suficiente para qual escritor de bestsolas engendrar uma noite inteira de cutups e rock&roll. Escrever custa mas fotografar também não logo a lógica de Sir Loin era um afastamento cada vez mais conciso da sua auto-ocultação cognitiva e claro está a sua esmerada aparição nos corredores draconianos da escrita de textos telúricos. O mundo estava a desaparecer por um lado e a aparecer pelo outro qual jogo de espelhos num circo decadente mas insistente na paródia de ser civilizado.

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