5 de março de 2009

Regabofe sempre a abrir





A Ordem dos Arquitectos criou um colégio da especialidade de urbanismo. Este passo pode vir a ser da máxima importância no combate ao actual regabofe que são as políticas (se lhes podemos chamar isso...) de urbanismo, planeamento e ordenamento.
A necessidade de saber quem são, quantos são, com que regras trabalham e que ética têm os urbanistas é pelo menos equiparável ao contributo que a Ordem e este colégio podem dar no fim do actual regime de urbanismo anónimo que manda nas cidades portuguesas.
Um dos maiores crimes que se estão a cometer contra este País – e que anda de braço dado com a corrupção – é exactamente a ausência de paternidade clara nos milhares de processos de edificabilidade em zonas de reserva agrícola ou ambiental, alterações cirúrgicas de planos directores municipais e todo o tipo de malfeitoria que diariamente destrói este País.
Os impulsos governamentais nesta matéria são habitualmente complexos ou deliberadamente confusos para subverter uma das regras essenciais do Direito e beneficiar interesses particulares com a aparência de uma aplicação geral e abstracta. Por isso, ao menos que o sobressalto cívico não morra no meio da anemia geral que vivemos e venha alguém que aumente a capacidade colectiva de denúncia.

Eduardo Dâmaso, Director-adjunto do CM

Um tipo até se podia exaltar e começar a gritar que quer espaços verdes a sério como jardims amplos com árvores de boas sombras, bancos para descansar, caminhos para passear e andar de bicicleta, jardins odorosos e floridos, etc. Que o território devia estar mais limpo e ordenado, que o dinheiro não é tudo, são precisas as pessoas (com consciência ambiental) para dar vida e sentido à natureza. BOF! Isto assim é que é fixe, viva a liberdade essa coisa rota. Venda-se, venda-se. A alma.

Sem comentários:

Enviar um comentário